A capela de São João Batista é o mais antigo templo de Ouro Preto. Possivelmente construída em 1698 pelos primeiros moradores dessa região que participaram da bandeira de Antônio Dias, possui construção de Canga.
Localização: Morro São João
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Histórico
Na madrugada de 24 de junho de 1698, quando a bandeira de Antônio Dias e Padre João Faria Fialho, viu iluminar-se, com os primeiros raios do sol, o Pico do Itacolomi, o ouro negro tão procurado tinha sido, por fim, encontrado. Do acampamento às margens do riacho Tripui, de onde sairia um fabuloso tesouro, a bandeira caminhou e fixou-se num ponto em que começaria a construção de um arraial primitivo. O primeiro cuidado foi a ereção da capela, que foi dedicada a São João Batista, em homenagem ao santo do dia. A documentação desta capela foi recolhida ao Arquivo Público Mineiro e fala de uma reconstrução feita em 1743 no local da capela primitiva, mas é provável que os elementos básicos tenham sido conservados, e que se trate apenas de uma reforma. A capela de São João Batista de Ouro Fino, como era chamada, construída logo no início do povoado apresenta alguns elementos formais arcaicos, como as vergas retas, como veremos a seguir.
Descrição
O historiador Salomão Vasconcelos a descreve com ternura: "é uma capelinha simples e bonita, situada em fragas poéticas, de onde se descortina o mais belo panorama, com a Serra do Itacolomi ao fundo". Em verdade está situada no ponto mais alto a que se chega, na serra, atravessando as ruínas calcinadas da Queimada, e subindo a encosta íngreme, que deixa o visitante ofegante, mas empolgado pela sugestão dramática do local, Construída em canga, o minério esponjoso de ferro, na capela ouro-pretana ressurge o tipo das capelas rurais do Norte de Portugal, com a sacristia sob forma de puxado, anexo à nave. A fachada plana e despojada, com o portal de madeira e as duas janelas rasgadas ao coro e o óculo redondo central; os dois cunhais de cantaria encimados por coruchéus simples. O telhado em duas águas, muro baixo de pedra, rebocado; uma sineira baixa, rústica, pegada ao cunhai da esquerda. A nave apresenta a singularidade de um encurvamento convergente das paredes, interrompido pelo arco-cruzeiro. É de ser destacada a porta de entrada, magnífico trabalho de carpintaria. O piso da nave é o primitivo, em tijoleira, e o único altar, na capela-mor, é de extrema singeleza, em arquivoltas. Há notícias de um esplêndido crucifixo de marfim, trabalho europeu, quiçá italiano, e que teria sido doado por um dos Visitadores Ordinários do Rio de Janeiro, pouco depois da construção da capela. Essa peça de alto valor foi recolhida ao Arcebispado por ordem do Arcebispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira.
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